Dilma: “Brasil tem grandes vantagens e deve saber usá-las. Porque um povo que não tem esperança também não constrói o futuro”. Foto: Roberto Stuckert Filho/PR
“O Brasil tem uma estrutura forte. Nós estamos enfrentando uma dificuldade momentânea. Nós vamos superar essa dificuldade. Aliás, nessa semana, na terça-feira [9], lancei um programa bastante ambicioso de investimento e infraestrutura também para ajudar o País a retomar o rumo do crescimento. Investi em rodovia, em ferrovia, o Brasil precisa ter ferrovia”.
E lembrou que somos a sétima economia do mundo. “Nós não temos fragilidades. Este País tem US$ 378 bilhões de reserva. Este País tem estruturas democráticas sólidas: tem um Judiciário, tem o seu Congresso, o seu Parlamento e tem o Executivo. Independentes e tendo de conviver com harmonia”.
A presidenta destacou ainda vários fatores que a fazem manter a confiança no Brasil. “Esse País tem uma força imensa. Uma agricultura ultra competitiva, tanto uma agricultura comercial como uma agricultura familiar. Tem um conjunto de empreendedores fortes; ele tem uma mão de obra; ele tem petróleo; ele tem minério; e ele tem esse povo que é fantástico. (…) Então, eu acho que nós temos tudo para ser um país que faz diferença”.
A diferença brasileira na mudança climáticaDilma apontou, por exemplo, que o Brasil já faz a diferença na mudança do clima. “Todo mundo quer conversar com o Brasil sobre mudança do clima e fazer um acordo. Por quê? Porque nós somos o único que, voluntariamente, passou uma lei dizendo que até 2020 reduziria 36% da emissão de gás de efeito estufa. Isso, em relação a 2005. Nós estamos em 2015, faltando cinco anos. Nós cumprimos 72% da mais ousada meta de redução do efeito do clima”.
Segundo ela, esse avanço foi possível porque o Brasil é capaz de ter muita hidrelétrica, eólica, biomassa, porque faz uma agricultura chamada de baixo carbono, plantando direto na palha. “Isso aumenta a nossa produtividade, reduz todos os comprometimentos do meio ambiente. Porque nós somos capazes de rotar lavoura, pecuária e floresta. Enfim, porque nós acreditamos que é possível crescer, incluir, conservar e proteger”.
Apesar de tantos fatores positivos, Dilma chamou a atenção para o fato de que os brasileiros são muito exigentes consigo mesmos. “No Brasil, tem uma coisa que eu não vejo em outros países. Eu acho que nós somos mais críticos conosco do que nós merecemos. Eu estive recentemente num país que muitos comparam com o Brasil, mas que tem metade da sua população abaixo da linha da pobreza. Então, nós temos grandes vantagens. E temos de saber usá-las. Porque um povo que não tem esperança, também não constrói o futuro. Nós precisamos de esperança, nós precisamos da confiança do povo em si mesmo”.
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InvestimentosSimultaneamente ao ajuste, é preciso fazer investimento em infraestrutura e manter os programas sociais, adicionou a presidenta. “Para não voltar para trás, para não voltar para aquela época que as pessoas não tinham casa, não tinham médico, não tinham acesso às coisas básicas. Eu acho que tem muito o que mudar. Eu não acho que está perfeito, acho que tem muito o que mudar, muito o que avançar e muito ainda o que construir”.
A expectativa dela é de que a inflação melhore até o final desse ano. “Todas as avaliações de mercado apontam para uma queda da inflação nos próximos meses. E eu sei, também, que no caso, por exemplo, da casa própria, eu acho que muita gente deve ter sofrido com essa consequência. Agora, é importante sinalizar que no Minha Casa, Minha Vida nenhuma das prestações da casa própria foi aumentada. Elas não variam de acordo com os juros, elas são fixas”.
Lembrou que, atualmente, o programa é uma das únicas oportunidades que existem, dentro da economia brasileira, para oferecer acesso à casa própria quem tem menos renda. “Como uma pessoa que ganha até R$ 1.600 compra casa hoje? O governo assegura e isso não vai mudar. Assegura que a pessoa pague uma parte da prestação, a parte menor do valor da casa, e nós pagamos a parte maior”.