sábado, 11 de junho de 2016

Lava Jato exige R$ 36 milhões de mulher de Cunha e outros três réus

1- O Ministério Público Federal pediu à Justiça que fixe em US$ 10 milhões (R$ 36 milhões) o montante mínimo para reparação dos danos causados à Petrobras por Cláudia Cruz, mulher do deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ). O pedido se aplica também ao ex-diretor da área Internacional da estatal Jorge Zelada, o operador de propinas do PMDB João Henrique Areias e o empresário português Idalecio Oliveira. Cláudia Cruz e os outros três acusados se tornaram réus em ação penal na Operação Lava Jato nesta quinta-feira (9). 
A mulher de Eduardo Cunha é acusada de lavagem de dinheiro e evasão de divisas. Os investigadores descobriram que ela gastou quase US$ 1 milhão no exterior em compras de artigos de luxo, desde sapatos e bolsas até roupas e refeições em restaurantes de alto padrão em Milão, Lisboa, Paris e Dubai.
O dinheiro que permitiu a Cláudia temporadas de conforto e prazer no exterior teve origem em propinas que seu marido recebeu no esquema Petrobras, segundo a força-tarefa da Lava Jato.
A Procuradoria acusa Jorge Zelada por corrupção passiva. João Augusto Rezende Henriques foi denunciado por corrupção passiva, lavagem de dinheiro e evasão de divisas. Idalecio Oliveira é réu por corrupção ativa e lavagem de dinheiro, envolvendo valores do esquema de corrupção instalado na Diretoria Internacional da Petrobras.
3- Os US$ 10 milhões de indenização se referem ao pagamento de propina total para que a compra, pela estatal petrolífera, de um campo de petróleo na África fosse concretizada, em 2011. O negócio foi fechado em US$ 34,5 milhões. Quase um terço do valor total foi destinado a pagamento de propina, segundo a Procuradoria da República.

Um comentário:

  1. Segundo as investigações, o restante do valor da propina paga pela CBH para fechar o negócio com a Petrobras (cerca de US$ 8,5 milhões) e que foi depositado na conta Acona, de João Augusto Rezende Henriques, foi distribuído para diversas outras offshores cujos beneficiários ainda não foram identificados. A Procuradoria suspeita que outros agentes públicos receberam propinas nessa operação.

    Os procuradores da força-tarefa ressaltam que "as provas que embasaram as acusações indicam a existência de um quadro de corrupção sistêmica encravado em praticamente todos os contratos da Diretoria Internacional da estatal, sendo que o pagamento de propina era a verdadeira 'regra do jogo'".

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