domingo, 5 de junho de 2016

Situação real da inadimplência no País é pior do que mostram os indicadores.

1- A situação da inadimplência no Brasil é pior do que revelam os indicadores públicos e privados. É o que afirmam especialistas ouvidos pelo Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado. Seja pela diferença de metodologia seja pela dificuldade hoje de se negativar um devedor em atraso, as taxas divulgadas não condizem com realidade. Nos Estados de São Paulo e Mato Grosso vigoram leis que proíbem a inclusão do inadimplente no cadastro negativo sem prévia comunicação pelos Correios com Aviso de Recebimento (AR).


2-Só São Paulo responde por 30% de toda a inadimplência nacional e por 60% a 70% da região Sudeste, segundo dados da Serasa Experian. Sem os números de devedores atrasados no Estado, os resultados da inadimplência ficam comprometidos. Por conta disso parte dos birôs de crédito deixou de divulgar esses dados. É o caso, por exemplo, da própria Serasa Experian. A SPC Brasil mantém a divulgação, mas exclui a Região Sudeste.
A economista-chefe da SPC Brasil, Marcela Kawauti, atesta que o número dos inadimplentes no País hoje é seguramente maior que os 59 milhões de pessoas que ficaram com seus CPFs sujos, segundo levantamento da própria SPC Brasil. Ela explica que do levantamento, já com dados de abril, não constam os devedores inadimplentes da região Sudeste.
3- Segundo Rabi, da Serasa Experian, até mesmo o segmento de utilities (fornecimento de água, luz e gás) estão registrando atrasos nos pagamentos. Em março, 17,9% dos R$ 256 bilhões de dívidas em atraso vinham deste segmento. No mesmo mês do ano passado era 15,1%. As contas de serviços públicos atrasadas só perdem para os cartões de crédito que até março respondiam por 27,2% do total de dividas em atraso contra 30,7% em idêntico mês do ano passado.
4-Pelo levantamento da SPC Brasil, o nível da inadimplência das empresas não financeiras nas regiões pesquisadas superam a média dos atrasos apurados pelo BC nas empresas financeiras. No Nordeste, a inadimplência é de 7,64%. No Norte é de 4,38%, seguido por Centro-oeste com 4,26% e Sul, com 4,15% e média de 5 8%. "Mas não temos os dados do Sudeste", reitera Marcela Kawauti.

Um comentário:

  1. A Associação Nacional dos Birôs de Crédito (ANBC) prevê que os índices de inadimplência só vão se recuperar a partir de 2018. Segundo a Associação, essa demora deve-se fundamentalmente à tendência de aumento do desemprego, principal causa da inadimplência a partir de 2015 - que eleva o endividamento.

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